quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Como a luxúria pode estragar um relacionamento

A teologia católica ensina que a origem de todos os males humanos encontra sua raiz nos chamados "pecados capitais": soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça. Eles interferem, inclusive, no namoro cristão.

Esse é o terceiro texto de uma série de reflexões sobre estes pecados para ajudar cada um a lidar melhor com seus limites e melhorar seu relacionamento e sua vida. Já abordamos a soberba e a avareza, falemos, agora, da luxúria.


Luxúria ou lascívia é o vício contrário à virtude da pureza, caracterizada por pensamentos excessivos de natureza sexual ou um desejo sexual confuso ou incontrolável. Hoje, fala-se muito sobre a compulsão sexual.

Que atos podem se considerar lascivos?
  • Ações libertinas que desrespeitem seu corpo, do outro;
  • O olhar malicioso sobre pessoas e/ou objetos com intuito de obter excitação;
  • Alimentar voluntariamente pensamentos, a imaginação ou os desejos impuros;
  • Fornicação: ter relações sexuais antes do casamento;
  • Adultério: ter relações sexuais extraconjugais;
  • Masturbação: excitação voluntária dos órgãos sexuais;
  • As chamadas perversões como incesto, pedofilia, bestialidade, exibicionismo sexual, sadomasoquismo etc.
  • Pornografia, dentre outras coisas.
Que males a luxúria pode trazer para o relacionamento amoroso?

Um namoro centralizado no sexo, dificilmente, se sustenta por muito tempo. Antecipar as etapas do relacionamento pode gerar sensação de “vazio”, de se sentir usado, abandonado, pode ser gatilho para uma série de atitudes de dominação, violência, possessividade etc., aumenta o risco de DST’s, de gravidez na adolescência; a sensação de desamparo pode levar à transtornos de ansiedade, depressão etc.

A masturbação é sempre, e especialmente no adulto, uma manifestação de pouca maturidade no desenvolvimento da personalidade, já que resulta de não se ter alcançado um nível de adequado autocontrole. Pode levar a sentimentos de culpa e vergonha. A longo prazo, se não se corrige, torna a pessoa mais introvertida, egoísta, sempre às voltas com os seus problemas e incapaz de estabelecer relações de entrega e doação de si mesma com os outros.

A pornografia, adultério, fornicação ou mesmo o desejo sexual incontrolável podem destruir o namoro, o noivado e até o casamento. A pornografia pode levar ao desinteresse pelo parceiro e incentivar a infidelidade, gera expectativas irreais que prejudicam o relacionamento. Acaba por destruir a confiança e a franqueza, qualidades essenciais no casamento. Visto que em geral é feito em secreto, o uso da pornografia muitas vezes leva a enganar e a mentir. O cônjuge se sente traído. Não entende por que seu parceiro não mais o acha atraente.

Na alma, os pecados contra a pureza nublam, entenebrecem e materializam, a inteligência. Cegam-na para as coisas de Deus (1Cor 2, 14). Desmoralizam e embrutecem o coração gerando a acídia ou "preguiça espiritual" ou desleixo para com as coisas sagradas, que, progressivamente, a pessoa passa a ver Deus como um "estraga prazeres" e tende a se afasta Dele, podendo abandonar a religião e cair na impiedade. Por isso, é importante vigiar e orar.

Como superar o vício da luxúria?
  • Buscar compreender quais as verdadeiras razões que o levam ao vício (carência afetiva, imaturidade emocional, medo de compromisso, dificuldade em se relacionar, insatisfação pessoal etc.);
  • Fugir ou evitar aas ocasiões que levam ao pecado;
  • Evitar o ócio e utilizar o tempo de forma produtiva;
  • Vida de oração;
  • Prática da confissão;
  • Penitências e mortificações;
  • Em alguns casos, é necessário ajuda profissional.
Nós fomos feitos para o amor, não para qualquer amor, mas uma amor que tende ao infinito, uma amor sobrenatural e a luxúria vem deteriorar essa tendência ao eterno que reside em mim, ela distorce, deforma a maneira de amar, fazendo com que se viva uma amor egoísta, centralizado na sensação de prazer e não na pessoa do outro, e não em uma amor enquanto doação e entrega total, um amor aberto à fecundidade, um amor tão forte que, a exemplo do Pai e do Filho, seja capaz de gerar um Terceiro.

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