A teologia católica ensina que a origem de todos os males humanos encontram sua origem nos chamados "pecados capitais": soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça. Eles interferem, inclusive, no namoro cristão.
Vamos iniciar uma série de reflexões sobre estes pecados para ajudar cada um a lidar melhor com seus limites e melhorar seu relacionamento e sua vida. Iniciemos com a soberba.
A Soberba consiste numa estima excessiva de si mesmo. São Tomás de Aquino dizia que a soberba é a mãe de todos os vícios.
Quais são as características de uma pessoa soberba?
- Gaba-se em demasia de suas qualidades;
- Não se lembra de dar glória a Deus pelo que recebe;
- Tem dificuldade de agradecer e reconhecer a ajuda dos outros;
- Atribui a si mesmo dotes que não possui;
- Tem a tendência em rebaixar as virtudes dos outros;
- Gosta de criticar em excesso.
A soberba tem muitos filhos: o orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência, exibicionismo, egocentrismo, ambição, a presunção, e a vanglória.
- Orgulho: é quando a pessoa se sente superior aos outros.
- Vaidade: ocorre quando o indivíduo quer chamar para si, de maneira incontrolada, a atenção, a admiração, os elogios e homenagens, quase sempre vazios, ilusórios e instáveis. Tais pessoas gostam de aparecer, se exibir, amam aplausos e as bajulações.
- Ambição: é o desejo descomedido de glória, honras, fortuna, poder, etc. o ambicioso anda atrás das posições de destaque e das dignidades.
- Presunção: é a demasiada confiança em si próprio. Presunção e ambição não raro andam a par. O presunçoso exagera seus talentos, julga-se preparadíssimo para qualquer encargo, acha que sabe tudo, que pode fazer tudo melhor que os outros.
- Vanglória: é a mania de se envaidecer por predicados, mais brilhantes e espalhafatosos, do que reais e sólidos; de colher louvores, e pasmar os circunstantes, quanto não há motivo para tanto.
Como a soberba pode atrapalhar um relacionamento?
O orgulho é um pecado que pode levar ao fim muitos relacionamento. São Paulo ensinava que o amor não é orgulhoso, não é ostensivo, exibicionista, não busca o próprio interesse (1Cor 13,4s), justamente, o oposto da soberba. Ela vai destruindo o amor e a cumplicidade de um casal e faz com que as coisas boas que um sente pelo outro acabem se desmoronando até que não reste mais nada.
O soberbo, dificilmente, reconhece seus erros, tem dificuldade em pedir perdão e o perdão é a base para o amor: quanto mais se ama verdadeiramente, quanto mais se perdoa.
Para o soberbo, é sempre o outro que está errado: estudos mostram que, em geral, as pessoas têm três vezes mais a tendência de responsabilizar o outro pelos problemas conjugais. Mas, quem suportaria estar sempre errado em um relacionamento?
O soberbo muitas vezes é inflexível, o que pode aumentar em 38% os conflitos do casal.
Pessoas vaidosas e egocêntricas (derivados da soberba) buscam sempre chamar atenção, ser o centro, são excessivamente emotivas. No início, as suas relações afetivas estão impregnadas de uma paixão frenética e fora de controle, depois, costumam terminar de maneira drástica e tormentosa.
A arrogância e a autossuficiência excessivas vão minando a relação. Não é possível um amor saudável se um dos dois se sente superior ao outro. Aqui, há a dificuldade em reconhecer a própria insuficiência e fraqueza.
O que fazer para superar a soberba?
Tudo começa pela prática da humildade. Buscar reconhecer que Deus é a origem de tudo que somos e temos, reconhecer que, embora sejamos a mais sublime das criaturas que Deus criou, a única que Ele quis para si, nós somos pó (Gn 2,7). Busque exercitar a gratidão a Deus e ao próximo.
É aconselhado que se faça um exame atento, demorado, sincero, de suas misérias, das suas falhas e fraquezas; da inconsistência dessas coisas que lhe envaidecem.
Deve-se buscar a contemplação da humildade de Nosso Senhor, que, sendo Deus, se rebaixou a ponto de revestir-se da humanidade, e sujeitar-se a todas as contingências mais triviais e vis da nossa natureza; depois, a todos os ultrajes.
A virtude da humildade é o maior remédio contra a soberba. Suportar com paciência e mansidão os defeitos dos outros, as humilhações e injustiças é a pedra de toque para saber se somos humildes, dizia São Francisco de Sales.
Se em meu namoro, noivado ou casamento, eu que sou o soberbo, devo exercitar a humildade, rezar e pedir a Deus a graça da transformação pessoal por amor, pois quem ama, quer dar o seu melhor a pessoa amada.
Se o seu parceiro ou parceira é soberbo(a), reze pela graça da compreensão e flexibilidade. Evite brigas e discussões, busque dialogar com ternura e paciência.
Em um relacionamento amoroso,
o mais forte é aquele que,
primeiro, pede perdão;
é aquele que prefere a paz
a estar sempre certo;
é aquele que reconhece que, juntos, somos muito melhores, do que sozinhos.
Em um relacionamento amoroso, o mais forte é aquele que respeita o tempo do outro, que é flexível. Aquele que sabe que se é belo não apenas quando brilha, mas quando também permite ao outro brilhar.
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