O psicólogo Walter
Riso reuniu em seu livro, “Amores de Alto Risco” (Editora L&PM) uma seleção
de oito perfis psicológicos que podem desenvolver formas perigosas de conduzir
as relações amorosas. Eles trazem consigo antivalores que se opõem ao
desenvolvimento normal do afeto. Nesses casos, é necessário, muitas vezes,
ajuda profissional.
1. Estilo
histriônico e seu amor torturante e teatral. O caráter assediado,
perturbado, exibicionista e teatral desse tipo de personalidade se opõe a
simplicidade e espontaneidade do amor. Pessoas assim buscam sempre chamar
atenção, ser o centro, são excessivamente emotivas. No início, as suas relações
afetivas estão impregnadas de uma paixão frenética e fora de controle, depois,
costumam terminar de maneira drástica e tormentosa.
2. A
desconfiança do paranoico rompe um princípio básico do amor: a confiança, a
segurança; saber que a pessoa que você ama não te fará nenhum dano intencional.
Esse estilo de amar é carregado de suspeita e se converte em tortura.
3. O amor
subversivo do tipo passivo-agressivo. Nesse tipo de relação há o conflito
de autoridade e a incapacidade de se estabelecer uma forma adequada de
autonomia, sem recorrer à tortura psicológica. Falta honestidade emocional, o
que se opõe a assertividade que o amor exige: é preciso saber expressar os
sentimentos negativos de maneira socialmente aceita.
4. Estilo egoísta
e egocêntrico do narcisista o afasta radicalmente dos valores da humildade
e da solidariedade. Não é possível um amor saudável se um dos dois se sente
superior ao outro. Aqui, há a dificuldade em reconhecer a própria insuficiência
e fraqueza.
5. O amor
perfeccionista e controlador do obsessivo-compulsivo configuram uma mente
rígida, apegada a sistematização. O amor fica sufocado diante de tantas regras
e condições, não só perde a liberdade como também impede o desenvolvimento. Um
amor rígido atrofia. O estilo obsessivo também se opõe a admiração – pode até
existir admiração sem amor, mas não há amor sem admiração. O gosto pela
essência do outro, por suas conquistas, pelo que ele representa como pessoa, é
impossível se a atenção está focalizada em seus erros.
6. Estilo
antissocial e seu amor violento. A violência
que pratica o sujeito antissocial é um antivalor que afeta todas as áreas
interpessoais. A combatividade, a explosão e depredação que o caracterizam
impedem que se desenvolva valores imprescindíveis para o amor, como a simpatia
e a reciprocidade. Se há violência, o respeito desaparece. Falta-lhe a doçura
capaz de se negar a fazer o outro sofrer, opondo-se a brutalidade e a
crueldade.
7. Estilo esquizoide
e seu amor indiferente. Aqui o outro não é visto, nem sentido, o amor
parece desvinculado, frio e distante. Esta apatia emocional se opõe a valores
como ternura e empatia. O esquizoide tem dificuldade em se conectar emocionalmente,
falta-lhe a capacidade de manifestações de afeto (ternura, carícias, sorrisos,
abraços, beijos). A expressão de sentimentos positivos é, talvez, o principal
alimento de uma relação amorosa – quando não se tem participação emocional na
vida do outro, o amor se atrofia porque perde seu sentido vital.
8. O amor
caótico da personalidade limítrofe. A pessoa bordeline vive em um turbilhão emocional, é descontrolada,
instável, falta-lhe paz interior e a raiva transborda com ímpeto. Ela não se
sente dona de suas próprias emoções, seu mundo interno é uma bagunça, carece de
autocontrole e autoconhecimento.
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