domingo, 21 de junho de 2015

Imaturidade emocional nos relacionamentos

Para podermos amar verdadeiramente, é necessário certo grau de amadurecimento psicofísico. Conhecemos, porém, inúmeras pessoas que, por uma série de fatores, são imaturas e isso têm lhes custado relacionamentos desastrosos, quer na vida profissional, nas amizades, no namoro, no noivado e até nos casamentos.
 
 
O que caracterizaria, então, uma pessoa imatura?
Uma das características mais notáveis é a defasagem entre a idade cronológica e a idade mental da pessoa: a recusa a crescer. É aquela pessoa excessivamente manhosa, o adulto infantilizado, senhor de idade que se comporta como adolescente, a mulher, apesar da idade, ainda se veste como “garotinha” são alguns exemplos. Há adultos que ainda “chupam” dedo ou “bico”!
Essa fixação infantil pode se exprimir também através do ciúme descabido, o apego demasiado (à família, ao parceiro ou às coisas), são indivíduos extremamente carentes ou dependentes.
Podem sofrer de baixa autoestima, procurando, de todas as maneiras, aprovação, elogio e autoafirmação.
Outro indício de imaturidade é a falta de autoconhecimento: saber de seus gostos, de seus limites, de suas habilidades, conhecimento de seu estado de ânimo, compreensão de suas reais motivações. Há pessoas que não conseguem se decidir ou escolher até mesmo coisas simples porque são cheias de dúvidas e inseguranças e têm um medo intenso de errar.
Imaturidade também se relaciona com a negação dos próprios sentimentos, à fuga do “vazio” e compensações através do excesso de comida, abuso de álcool, drogas, medicamentos... Muitas vezes, nega-se a realidade se refugiando na fantasia, desejando, por exemplo, viver aquele romance dos filmes ou livros.
A instabilidade emocional também é indicativo de uma personalidade pouco amadurecida. A pessoa passa de um estado a outro de humor em pouco tempo, no mesmo dia. É um sujeito variável, irregular, ninguém nunca sabe o que esperar dele. Reage aos eventos de forma desproporcional é pouco tolerante à frustração e às contrariedades da vida.
Pessoas imaturas têm pouca ou nenhuma responsabilidade diante da vida, preferem colocar a culpa nos outros por seus fracassos, tendem a fugir de compromissos sérios e definitivos, como o matrimônio e preferem ficar mudando de relacionamentos.
A imaturidade leva ao imediatismo, à impaciência, não saber esperar ou incapacidade de respeitar limites. Uma personalidade imatura pode muitas vezes ser egocêntrica, hedonista, ter pouco autocontrole e domínio de seus sentimentos, impulsos e desejos. O imaturo, dificilmente, planeja o futuro a dois, a carreira, os estudos.
O imaturo pode se comportar de forma permissiva demais, lasciva e relativista, com poucas convicções, é capaz de mudar de opinião da “água para o vinho”.
A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, a Declaração Persona Humana - sobre alguns pontos de ética sexual (n.13), afirma que
 
Os pais, em primeiro lugar, como também os educadores da juventude, hão-de esforçar-se por conduzir os seus filhos e os seus educandos à maturidade psicológica, afetiva e moral, em conformidade com a sua idade, por meio de uma educação integral. Para isso dar-lhes-ão uma informação prudente e adaptada à sua idade e procurarão assiduamente formar-lhes a vontade para os costumes cristãos, não só com conselhos, mas sobretudo com o exemplo da sua própria vida e mediante a ajuda de Deus que lhes alcançará a oração. E hão-de ter também o cuidado de os proteger de numerosos perigos de que os jovens não chegam a suspeitar.
Verdade que não somos um produto acabado da criação. O Catecismos da Igreja Católica ensina que nós fomos criados, por Deus, in statu viae (CIC,302), ou seja, em estado de caminhada à perfeição. Isso quer dizer que, ao longo da vida, vamos amadurecendo cada vez mais como pessoa.
Acerca do tema, o papa Bento XVI, na encíclica Deus Caritas Est, sublinha que “é próprio da maturidade do amor, abranger todas as potencialidades do homem e, incluir, por assim dizer, o homem em sua totalidade” (n.17).
E para além de todo psicologismo, o cristão não pode perder a perspectiva de que “a plena maturidade da pessoa e a sua estabilidade interior têm o seu fundamento na relação com Deus, relação que passa através do encontro com Jesus Cristo” (Papa Bento XVI, Angelus, 05/09/2010 ).
 
Caso o querido Leitor e a querida Leitora desejar refletir sobre a sua maturidade acompanhe nossa página no Facebook Guardiões do Amor, lá há um inventário o qual você pode usar, em momento de oração, para meditar sobre sua capacidade de lidar com a vida.

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