Muitos namoros começam pelos motivos errados e, em consequência, ambos podem sair feridos da relação. É preciso exercitar muito o autoconhecimento, a liberdade interior e a maturidade emocional para não se iniciar um namoro por razões equivocada.
Conversando com algumas pessoas e pesquisando em livros e sites da Internet constatamos alguns motivos mais comuns para se iniciar um namoro de forma errada:
Satisfação das próprias necessidades sexuais. Hoje está cada vez mais comum os jovens iniciarem a vida sexual mais cedo. Muitos querem namorar (ou “ficar”) apenas para dar vazão à libido.
A sexualidade tem uma importância muito grande para a formação do ser humano. Entretanto, dar exclusividade ao sexo no relacionamento, pode gerar uma relação de dependência, de dominação, sensação de “vazio” e acarretar na coisificação da pessoa.
Cabe se perguntar honestamente: sinto prazer em estar com aquela pessoa, mesmo sem contatos mais íntimos? Se a resposta for negativa, talvez, deva se refletir sobre seu grau de maturidade emocional.
Outras pessoas entram em um relacionamento devido à necessidade de segurança, seja de um(a) parceiro(a) forte, que lhe dê proteção física ou alguém mais rico e poderoso capaz de oferecer estabilidade financeira ou ainda uma pessoa que seja seu “suporte” emocional.
Verdade que segurança é outra de nossas necessidades básicas, entretanto, iniciar um namoro baseado apenas nisso, pode resultar em decepção, haja vista que todos nós possuímos debilidades.
Pergunte-se: você será capaz de amar a pessoa com que você namora nos momentos de fragilidade?
Dentre outros motivos errados para se iniciar um namoro, existe o caso daquelas pessoas que buscam o outro apenas pela aparência física. Ora, um dia a beleza se desfaz! E se o relacionamento vive apenas a superfície do ser, tornar-se-á insustentável. Para amar verdadeiramente é preciso conhecer o outro. O livro de Provérbio lembra que
A beleza é passageira,
mas a mulher que teme
a Javé merece louvor
(Pr 31,30).
Há muitas pessoas se relacionam amorosamente com outras apenas por uma questão de status social: sonham em casar com alguém de poses, famoso, poderoso. Entretanto, basta observar as inúmeras revistas e programas de fofoca para ver que relações que tem por base esse pensamento estão fadadas ao fracasso.
Em nossa sociedade do “descartável”, há uma crise de valores morais gigantesca e encontramos os motivos mais banais para iniciar um namoro, um noivado ou um casamento. Há pessoas que namoram apenas para mudar de status nas redes sociais, para ter alguém com quem sair na sexta-feira e no sábado à noite, por conveniência de ter um carro ou a possibilidade de frequentar lugares aos quais nunca poderia ir.
Muitos jovens “ficam” por aposta ou competição ou mesmo por tédio e para passar o tempo. Tem aquelas pessoas que investem em uma relação só porque é proibida: o outro é casado ou os pais não deixam, aí namoram escondidos etc.
Talvez, o amigo Leitor ou a amiga Leitora conheça casos de pessoas que se casaram porque a mulher estava grávida ou simplesmente para ter uma festa e ganhar presentes! Razões que desvirtuam o sentido real do sacramento do matrimônio.
Há quem inicia um namoro só porque todos os amigos estão namorando e ela não quer ficar de fora dos “eventos”.
O medo de “ficar para titia” ou aqueles pais mais liberais que dizem “essa menina precisa arranjar um namorado...”
A sociedade pós-moderna que criou o mito de que se você estiver sozinho(a) você é uma pessoa infeliz ou mal sucedida! Acontece, porém, que namoro é uma questão vocacional e nem todos recebem o mesmo chamado.
Procure descobrir sua vocação, negá-la, muitas vezes, pode conduzir à insatisfação pessoal
Para muitas pessoas, o namoro pode ser motivado pela tendência à fugir das dores: da solidão, do “vazio” interior ou de um ambiente familiar conturbado, necessitando de carinho, cuidado e atenção.
As carências afetivas pessoais podem induzir à relacionamentos de dependência e dominação. A baixa autoestima pode levar algumas pessoas a namorarem qualquer pessoa que lhe dê um pouco de atenção e carinho. A falta de autoconceito elevado pode fazer com que um indivíduo se incline a namorar pessoas que possam humilhá-lo e confirme seus sentimentos de inferioridade. Há sujeitos que, por não saberem dizer “não” e, por isso, são incapazes de ceder as “pressões” da investida de alguém ou aqueles que “ficam” com fulano(a) por “pena” ou só porque “é o que apareceu”.
Muitas pessoas iniciam um namoro querendo viver um romance como nos filmes, novelas ou livros. Mas, isso pode ser prejudicial. Porque não existe amor pleno se não for acompanhado pela fidelidade, pelo acordo, pela generosidade e pela paciência.
Nas palavras do Papa Bento XVI: “para ser autêntico, o amor exige um caminho de amadurecimento (...) O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito do outro” (11/06/2015).
O livro do Eclesiastes lembra que "debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa", inclusive "tempo para amar" (Ecl 3,1.8). São Paulo ensina que “o amor é paciente... não busca o próprio interesse... tudo espera” (1Cor 13,4s.7).
Por fim, ao iniciar um namoro, tenha em mente o sábio conselho de Madre Teresa de Calcutá:
Não ame pela beleza,
pois uma hora ela acaba.
Não ame por admiração,
pois um dia, você se decepciona.
Apenas, ame, pois, o tempo
nunca pode acabar com um amor sem explicação
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